Criticas literárias polêmicas

Sobre um sujeito chato p'ra cacete
Por Antonio Siqueira



                                         Não foi má-vontade - peguei o livro com constirpancia . Juro que tentei conter minha indigência mental . Mas logo nas primeiras páginas constatei que os personagens desequilibrados de Paulo Coelho jogavam a trama num clichê de Romantismo sem precedentes. O Diário de um mago é tão atraente quanto a careca do Allan . A obra se vale da malandragem do leitor, que só consegue chegar ileso ao final da história se acreditar que Wagner Montes é um cidadão educado
Mas vamos nos ater a uma análise detalhada: os personagens, por exemplo parecem ter saído de um Cervantes distorcido, chegado a um sujeito chato pra cacete . A história é, do começo ao fim, uma conjunção de histrionices símias - e o desfecho, até para os corações mais bondosos, não passa de uma moléstia cerebral . Mesmo quando remete a Santo Agostinho , o livro o faz de forma medíocre. Paulo Coelho faz parecer que o Tony Belloto escreve bem. E, ao mesmo tempo, faz Oscar Wide rolar no túmulo.
Não há formas de ser condescendente: a mágoa que o personagem principal exala deixa um perfume inconveniente em todas as páginas acrescendo um muro de obtusidade que macula de forma grotesca qualquer estilo literário.
Conselho: se você encontrar O Diário de um mago nas prateleiras, não hesite, fuja.

De qualquer forma, voltando ao O Diário de um mago : não se trata de um Cervantes , ou Zevaco, nem de um Tony Belloto.  Aliás, essa comparação que tentei fazer só expõe minha limitrofia, porque não posso comparar uma obra que não li. Mas, para que se preocupar com coerência e raciocínio? Se Paulo Coelho for tão inbecil quanto eu, pelo menos arrumo uma boa briga.

*Antonio Siqueira é carioca, musico, cronista e articulista dos jornais Atual e Via Fanzine e edita e escreve seu blog Arte Vital
 

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